Nomeados “Pro tempore“: A Estratégia dos que Deixam Cargos Políticos.
Nos meandros da política municipal, uma prática sombria ainda vem à tona nas eleições de 2024: políticos que, por exigência da lei eleitoral, deixam seus cargos públicos para concorrer, mas mantêm uma presença ativa e influente, operando nos bastidores e controlando as rédeas do poder através de indicados.
Essa estratégia, embora ilegal, tornou-se uma tática comum nos municípios brasileiros, onde figurões políticos desejam manter-se no controle sem ferir diretamente a legislação eleitoral. Ao deixarem seus cargos públicos para se candidatarem, esses políticos nos bastidores continuam ditando as regras do jogo e indicando pessoas de sua escolha para ficar em seu lugar e de certa forma fazer suas vontades e executar seus interesses eleitorais.
“É uma prática que mina a democracia e perpetua o poder nas mãos de poucos”, afirma Joana Silva, especialista em ciência política. “Embora legalmente estejam fora do cargo, esses políticos continuam exercendo influência e tomando decisões, muitas vezes em benefício próprio e não do interesse público.”
Os candidatos geralmente indicam substitutos que agem como seus fantoches, executando suas ordens e garantindo que seus interesses sejam atendidos. Nas secretarias, nos gabinetes, salas de reuniões e até mesmo nas decisões mais importantes, os verdadeiros comandantes permanecem ocultos, agindo por meio de seus representantes indicados.
É como um jogo de sombras, onde a figura pública nomeada “pro tempore” para o cargo é apenas um serviçal de seu indicador.
Embora as autoridades eleitorais estejam atentas a essas práticas e busquem coibir esse tipo de manipulação, a complexidade do sistema político muitas vezes permite que essas manobras passem despercebidas, contribuindo para a perpetuação de um sistema oligárquico e pouco democrático.
À medida que as eleições municipais se aproximam, fica evidente que, enquanto a lei eleitoral exige a renúncia de cargos públicos para se candidatar, ela ainda não foi capaz de conter completamente a influência e o poder dos “políticos fantasmas” nos bastidores do jogo político.
Está vendo alguém que deixou o cargo, mas não sai do órgão ou mantém contato quase diário com seu sucessor, registre, pois é passível de denúncia ao Tribunal Regional Eleitoral.
Deixamos espaços abertos para denúncias, pois entendemos ser importante uma eleição limpa e justa para todos os candidatos, independente de partido ou situação governamental (oposição ou situação), todos que vão concorrer nesta eleição, tem direito a paridade, afinal, por isso existe a lei com prazos de desincompatibilização.