Governo do país cortou os serviços de internet e impôs toque de recolher para frear revolta que já matou 114 pessoas
A onda de protestos em massa que tomou conta de Bangladesh –país asiático que faz fronteira com a Índia– fez a primeira-ministra do país, Sheikh Hasina, cancelar a viagem que faria ao Brasil na próxima semana. O cancelamento da viagem foi confirmado pelo Itamaraty.
Estima-se que pelo menos 114 pessoas morreram durante as manifestações. Os atos começaram depois de uma revolta estudantil contra cotas para empregos públicos. Essas cotas reservavam 30% das vagas para famílias que lutaram pela independência do país em relação ao Paquistão.
O governo de Hasina havia eliminado o sistema de cotas em 2018, mas um tribunal restabeleceu a regra em junho. Por causa dos protestos, o governo decretou toque de recolher e mandou fechar escritórios e instituições por 2 dias.
As manifestações –as maiores desde que Hasina foi reeleita para seu 4º mandato, com 15 anos no poder– também podem ter sido alimentadas pelo alto índice de desemprego entre os jovens, que representam 1/5 da população de 171 milhões de habitantes do país.
Os serviços de internet foram suspensos na 5ª feira (18.jul.2024), isolando Bangladesh, enquanto a política reprimia os manifestantes que descumpriam a ordem que proibiu reuniões públicas no país. Como os protestos não cessam, o governo mobilizou militares para reprimir os atos.
Além da suspensão dos serviços de internet, o governo também estabeleceu um toque de recolher até domingo (21.jul.2024). Segundo a agência de notícias Reuters, os soldados que patrulham as ruas de Bangladesh tem ordens de atirar em pessoas que estejam fora de casa durante o horário restrito.
Com informações da Agência Brasil.