Com calma e neutralidade. Foi assim que a professora de Língua Portuguesa Edmar Sonia Vieira, 48 anos, reagiu após receber de “presente” de Dia das Mulheres uma esponja de aço de um aluno do 3º Ano do Ensino Médio. O ato racista e misógino partiu de um de seus alunos, de 17 anos, e foi gravado por outros alunos. O vídeo foi para as redes sociais e viralizou – o que surpreendeu a professora, que leciona há um ano no Centro de Ensino Médio 9, escola da Rede Pública que fica em Ceilândia, no Distrito Federal.
O episódio foi repudiado pela Secretaria de Educação – que afirmou repudiar “qualquer tipo de preconceito” – e pelo Sindicato dos Professores do Distrito Federal – que definiu como “mais um exemplo de como os professores são tratados em sala de aula”. O caso é investigado pela Polícia Civil.
Na última terça-feira (14), deputados também se manifestaram sobre o ataque na Câmara Legislativa do Distrito Federal. A Comissão de Direitos Humanos questionou a Secretaria de Educação para entender quais posturas e medidas serão implementadas para que situações como essa não voltem a acontecer. Ainda busca entender se as disciplinas de História e Cultura Afro-Brasileira constam na grade curricular da escola.
Essas são situações que acontecem, pois medidas efetivas não são tomadas e demonstram o quão preconceituosa é nossa sociedade. Um País alimentado pela desigualdade e amparado pelo discurso de ódio, hoje ocultado momentaneamente, forma cidadãos como o discente racista e misógino. Culpa do professor? Não. Este é mais uma vítima daqueles que insistem em avacalhar com a Educação e zombar da Cultura.