Lei do Mandante entra em vigor e deve pulverizar contratos de exibição, ampliando opções para torcedores acompanharem os jogos
Quem acompanha os esportes norte-americanos, especialmente a NBA e a NFL, já deve ter reparado a gama de canais diferentes que são responsáveis pelas transmissões dos jogos. Agora, esta tendência dos Estados Unidos se tornará realidade no Brasil.
A partir do ano que vem, o futebol brasileiro poderá ser acompanhado de forma bastante pulverizada na TV e na internet. Será o 1º ano em que a Lei do Mandante, sancionada em 2021, será aplicada para valer, uma vez que os principais contratos assinados em data anterior à sanção estavam com a TV Globo até o final deste ano de 2024.
Com a proximidade da chegada forte da lei, a expectativa era de que, enfim, fosse criada uma liga entre os clubes, para que eles defendessem de forma conjunta seus interesses de negócios. No entanto, no meio do caminho, houve uma divisão e surgiram a LFU (Liga Forte União) e a Libra (Liga Brasileira de Futebol).
Isso fez com que, naturalmente, cada bloco realizasse suas negociações de forma independente, atendendo aos anseios dos clubes que eles representam.
Se por um lado os clubes não falam a mesma língua, na outra ponta, o fã de futebol poderá conviver com um cenário, de certa forma, mais “democrático” em relação ao acesso a estas transmissões.
Na TV aberta, por exemplo, além da própria TV Globo, que tem bastante tradição em transmissões esportivas, surge com força agora a TV Record, que dividirá com a emissora carioca diversos jogos do Brasileirão.
A Libra, que conta com equipes como Flamengo, Palmeiras, São Paulo, Santos e Atlético-MG, fechou um contrato de exibição dos jogos dessas equipes como mandantes com a TV Globo.
Já a LFU, que representa times como Corinthians, Cruzeiro, Internacional, Botafogo, Fortaleza e Vasco, dividirá seus direitos entre 3 players. Além da TV Record, os jogos destas equipes como mandantes também serão transmitidos na plataforma de streaming Prime Video, da Amazon, e na CazéTV.
Certamente, um dos maiores cases de sucesso da internet no mundo, a CazéTV tem ampliado cada vez mais sua atuação, trazendo ao público, via YouTube (majoritariamente de graça), grandes competições internacionais, como a Copa do Mundo e os Jogos Olímpicos, além de campeonatos como a Liga Europa e a alemã Bundesliga.
O sucesso da CazéTV, que surgiu inicialmente graças ao fenômeno Casimiro Miguel, influenciador que ganhou o carinho de todas as torcidas, está diretamente ligado à LiveMode, uma das maiores empresas de mídia e marketing esportivo do mundo.
Especializada em desenvolver soluções de distribuição, produção de conteúdo original e lives, a LiveMode tem fortes parcerias com as principais confederações do mundo, como a Fifa, Uefa e Comitê Olímpico Internacional. A empresa também foi nomeada pela Fifa como agência exclusiva para comercializar, no Brasil, os direitos da Copa do Mundo de 2026.
Eu, que já passei por diretorias de clubes de futebol, sempre fui entusiasta do que sempre chamo de “dinheiro novo”. Saber negociar de forma justa os direitos de transmissão e expansão da marca, inclusive em nível internacional, deve ser uma das prioridades dos departamentos comercial e de marketing dos clubes.
Outra prioridade que os clubes precisam ter no DNA é sempre tentar se aproximar e facilitar a vida do torcedor. Quando vejo que um canal como a CazéTV distribuir seus eventos esportivos de forma gratuita, enxergo essa democratização de forma muito clara, que é muito benéfica para manter um alto engajamento entre os clubes, as competições e os torcedores.
Ouvir a audiência e as marcas e trazer uma experiência memorável a todos stakeholders é parte importantíssima do sucesso do produto. Depois das Olimpíadas, percebemos que a CazéTV tem se estruturado cada vez mais para customizar os produtos de uma forma diferente, e isto é um verdadeiro gol de placa!
Atuações como a da LiveMode têm contribuído para auxiliar na otimização destas negociações. E a tendência é que, a partir de 2025, as transmissões se tornem ainda mais atrativas, pois haverá uma concorrência saudável dos canais para oferecerem aos seus telespectadores, assinantes e seguidores um produto de qualidade.
Como profissionais de marketing, vejo que nossa responsabilidade, além de acompanhar todas essas movimentações de perto, é auxiliar, na medida do possível, a valorização do produto.
Em 2025, teremos o privilégio de acompanhar e participar destes novos capítulos de uma nova era no futebol brasileiro.