Rene Salviano | BH se torna referência em naming rights no Brasil

Naming rights não é uma novidade de Belo Horizonte, mas hoje a cidade é referência no assunto em nível nacional

Depois de mais de 25 anos de carreira trabalhando com marketing e vendas, posso dizer que acompanhei de perto muitas evoluções e revoluções no mercado. Da chegada avassaladora da internet e seus criadores de conteúdo à digitalização das mídias OOH, as oportunidades comerciais foram e estão se ampliando cada vez mais no esporte e no entretenimento em geral.

Como bom mineiro, confesso que estou até certo ponto positivamente surpreso com a onda de naming rights em importantes equipamentos localizados em Belo Horizonte, que hoje é uma cidade referência no assunto em nível nacional.

O exemplo mais recente que temos em terras mineiras é o acordo comercial celebrado entre o Mercado Central, principal ponto turístico do Estado, com a KTO, uma das mais conhecidas casas de apostas do país. É a primeira operação deste segmento de mercados populares no país, talvez no mundo, embora o Mercado Central seja uma instituição privada e que não foi tombada pelo Estado ou município.

Nos últimos anos, estudei bastante e passei a olhar com mais atenção para outros espaços conhecidos da capital mineira que já abraçaram esta prática que é uma tendência mundial. Percebi que alguns deles são, inclusive, objetos de tombamento.

O Cine Theatro Brasil, por exemplo, é um dos principais complexos culturais da cidade, tombado pelo patrimônio histórico e artístico do município e do Estado. O local conta com duas parcerias de naming rights: a Vallourec, de forma macro, e a Unimed, que dá nome ao principal teatro do espaço multiuso.

A poucos metros da sua sede, na região central belorizontina, está o famoso Palácio das Artes, também tombado em diversas esferas materiais e imateriais, incluindo tombamentos arqueológico, etnográfico e paisagístico, tendo a Cemig como parceira de naming rights do Grande Teatro.

Outro ponto bastante efervescente de BH, o conjunto arquitetônico e paisagístico da Praça da Liberdade tem diversas edificações culturais que estão aliadas a grandes marcas em seus naming rights, como o MM Gerdau (Museu das Minas e do Metal) e o CCBB (Centro Cultural Banco do Brasil). Ambas as instituições têm títulos diversos de tombamento, mas enxergaram nas parcerias comerciais novas e importantes fontes de receitas para continuarem em pleno funcionamento e incrementarem suas estratégias.

Outros exemplos que seguem esta linha na capital mineira são o BeFly Minascentro e o Memorial Minas Vale, também tombados.

Passando para a iniciativa privada, na qual se encaixa o mercado Central KTO, temos exemplos como a casa de shows BeFly Hall, que recebe eventos artísticos nacionais e internacionais o ano todo, a Arena MRV, novo estádio do Atlético-MG, e a Arena UniBH, que recebe os eventos esportivos das diversas modalidades do tradicional Minas Tênis Clube.

Prática que já é bastante consolidada no exterior, especialmente nos Estados Unidos e na Europa, os naming rights chegaram para ficar e trazem como principais pontos positivos novas receitas para as partes envolvidas e oportunidades para a criação de projetos inovadores e customizados junto aos patrocinadores.

Essas novas receitas se tornam ainda mais essenciais, pois o dinheiro investido pelas marcas pode e deve ser destinado a melhorias e manutenção destes espaços que movimentam a economia, o turismo e a cultura de cidades expressivas como Belo Horizonte.

Por mais que os naming rights não sejam propriamente uma novidade, confesso que, como bom mineiro, fico feliz em ver a cidade se movimentando e se tornando referência no assunto.

Como dizemos por aqui: “Bão demais, sô!”

Fonte: Poder 360

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