Rene Salviano | Busca por novo ídolo precisa apoio das marcas

o jogador Estevão Wilian, atacante do Palmeiras,

Investir em atletas em formação é deve ser visto pelas marcas de qualquer segmento como uma oportunidade

Nos últimos dias, 2 conteúdos me chamaram bastante a atenção. O 1º é uma linda peça da marca Heineken celebrando o legado de Ayrton Senna, que inclui inclusive seu eterno rival, o piloto francês Alain Prost, reverenciando o ídolo brasileiro.

O outro conteúdo que me impactou foi a série “Guga por Kuerten”, produzida pela ESPN/Disney, que conta a trajetória de um ídolo do esporte brasileiro que surgiu justamente para preencher parte da lacuna deixada por Senna.

Não é novidade para ninguém que o Brasil, um país apaixonado pelo esporte, está à procura de um novo esportista para chamar de ídolo. Aquele que tem o poder de parar o país na frente da telinha como Senna fazia nas pistas, Guga nas quadras e jogadores como Ronaldo, Ronaldinho Gaúcho e Romário (para citar um passado recente) faziam nos campos.

Mais do que o lado sentimental da coisa, de que enquanto torcedores nós estamos sempre esperando pelo surgimento de um extraclasse no esporte, há também o lado racional, ou até mesmo profissional, neste caso: é preciso que as marcas estejam atentas e tenham propósitos genuínos para apoiar a formação de novos atletas, que um dia podem se tornar o novo Senna, o novo Guga ou o novo Ronaldo Fenômeno.

Apoiar atletas com potencial, especialmente em período de formação pré-profissional, é sem dúvidas uma oportunidade bastante pertinente e interessante para as marcas, sejam elas de qualquer segmento.

Além de ajudar na transformação social e no fomento ao esporte, financeiramente é uma alternativa que se encaixa no orçamento de muitas marcas.

Vou propor um exercício básico por aqui. Dia desses, em um projeto para a minha agência, um cliente pediu a cotação para trabalhar com um jogador de futebol da Seleção Brasileira, no período de 1 ano. Os números retornados pelo staff do atleta foram perto dos R$ 20 milhões por 12 meses, além de uma série de exigências.

Agora, vamos pensar nos atletas em formação, seguindo no próprio futebol, para o exemplo ficar mais claro.

Imagine uma marca realizando um mapeamento na base do futebol brasileiro e detectando 10 talentos em potencial, investindo neles pelo menos R$ 5.000 por mês, uma grana que, acredite, faz muita diferença para quem está em um time Sub-15, por exemplo. Esses R$ 5.000 mensais investidos em 10 atletas por mês se tornarão R$ 600 mil ao ano.

Se a marca faz um acompanhamento de verdade nesta formação por no mínimo 5 anos, terá gasto cerca de R$ 3 milhões e apostado no futuro de 10 jovens. Se ao menos um deles “vingar” no futebol, o retorno social e financeiro estarão mais do que garantidos. Já os 9 demais, caso tomem outros rumos até longe do esporte, pelo menos terão tido um importante apoio para se tornarem, antes de atletas, cidadãos bem formados e prontos para a vida.

Este tipo de planejamento vale para novos atletas que sonham em ser campeões não só no futebol, mas também no vôlei, no basquete, no judô, na ginástica e em qualquer modalidade.

É preciso que as marcas saiam da caixinha e também enxerguem que existem grandes oportunidades de projetos genuínos para além dos atletas já consagrados, com seus milhões de seguidores na internet, métrica que muitas empresas, erroneamente, levam em consideração de forma isolada.

Nem tudo são números de redes sociais. Apoiar um jovem que sonha em se tornar atleta de alto nível é algo singelo e necessário como plantar uma árvore. É preciso, antes de tudo, ter um propósito para plantá-la. Mas, acima de tudo, é preciso acreditar nesse propósito e auxiliar no processo para que a semente se torne uma árvore que renderá grandes frutos um dia.

Em um estágio um pouco mais avançado, temos grandes candidatos a ídolos atemporais hoje no nosso esporte. Do jovem Estevão no futebol ao Darlan no vôlei, passando por Rebeca Andrade na ginástica ou Beatriz Sousa no judô.

Certamente, os atletas citados sonham em se tornar o que um dia Ayrton Senna, Guga ou o Ronaldinho Gaúcho representaram para o Brasil estando em atividade.

Por outro lado, há milhões de jovens esperando uma oportunidade para, em um estágio anterior, se tornarem os novos Estevãos, Darlans, Rebecas e Bias. Mas, para chegarem inclusive nesse estágio, eles precisam de apoio.

A bola está com as marcas.

Fonte: Poder 360

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