Responsável pela Política Econômica do governo, Guilherme Mello diz esperar que a “comunicação” sobre a parte fiscal contribua para reduzir a cotação
O secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Guilherme Mello, disse nesta 5ª feira (18.jul.2024) que o patamar elevado do dólar frente ao real está atrelado a um “certo resquício do clima de incerteza”. Declarou ainda que espera que a parte fiscal contribua para a redução da cotação da moeda norte-americana, que fechou no dia a R$ 5,59, alta de 1,89%.
“Tenho convicção de que será debelado com as ações de comunicação que nós teremos ao longo dos próximos meses e nós voltaremos a ter um patamar de câmbio mais próximo do que era, por exemplo, em abril, quando nós acompanhávamos o ritmo das moedas internacionais”, disse.
A declaração foi dada em entrevista a jornalistas, ao comentar os dados apresentados no Boletim MacroFiscal. A equipe econômica manteve a projeção de crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) para 2,5%.
Mello disse que as incertezas estão ligadas a fatores domésticos e externos. Afirmou que a subida do dólar foi mais forte a partir de maio com um “deslocamento” em relação a outros países.
“Você teve um aumento das incertezas em torno da política monetária com a mudança de ‘guidance’ [em referência à sinalização do Banco Central sobre medidas a serem tomadas quanto à política monetária] que o Banco Central adotou, mudança de presidente [sobre o comando da autarquia] […] Também, do ponto de vista fiscal, um aumento do nível de incertezas, em particular sobre a sustentabilidade do arcabouço fiscal e os níveis de resultado primário a serem obtidos”, afirmou.
O secretário também disse acreditar que não houve “mudança estrutural” para aumentar o nível de incertezas. Também afirmou que o país está com “volume muito expressivo de reservas cambiais”.
Mello declarou ainda que a questão fiscal trará os “preços, seja de câmbio, seja de juros, a um patamar mais próximo do que nós acreditamos que possa vir a ser algo mais estrutural da economia brasileira”.
O economista disse que a Fazenda trabalha “arduamente para recuperar o nível de receitas” e mencionou compensações com a desoneração dos 17 setores.