Negociação do governo com a empresa deve ser concluída em agosto; o ministro volta a dizer que privatização fez mal ao país
O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, disse nesta 6ª feira (26.jul.2024) que está “confiante” em um acordo com a Eletrobras para aumentar a participação do governo no conselho de administração da companhia. “Haverá bom senso da companhia”, disse à CNN Brasil.
O governo busca equiparar o número de assentos no conselho da empresa do setor elétrico com a participação acionária de 42%. Depois da privatização, em 2022, o desenho da cúpula decisória da Eletrobras fixou que a União teria uma das 9 cadeiras. Insatisfeito, a administração petista questionou a divisão no STF (Supremo Tribunal Federal), que encaminhou a disputa para uma mesa de negociação entre as partes.
Existe a expectativa de que a negociação se encaminhe para um aumento do número de assentos de 9 para 10 e o governo receberia mais duas vagas, passando de uma para 3. Silveira não confirmou que esse será o desfecho das conversas e não comentou se essa composição agrada à União.
O ministro afirmou que as conversas na mesa de negociações tem avançado e devem ser concluídas no início de agosto, mas voltou a dizer que a privatização da Eletrobras foi um “mal” ao país.
Silveira declarou que a empresa era o único braço do governo no setor energético e que, desde a venda para a iniciativa privada, o poder público enfrenta dificuldades para influenciar aspectos, como ajustes na modicidade tarifária.
Apesar do tom crítico, afirmou que o país “respeita” contratos e que a vontade do governo é encerrar essa disputa. O ministro disse que essa é uma pauta que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) acompanha com atenção.
“É a intenção do governo ter a proporcionalidade no conselho. O presidente Lula tem tratado disso com muita dedicação e cautela. Ele [Lula] é extremamente crítico, nós todos somos, à forma que a Eletrobras foi entregue ao setor privado a um preço muito abaixo do que valia, mas a realidade que encontramos é essa e temos que lidar ela. Não faltará disposição nossa para fechar esse acordo”, declarou.