Em nota, os funcionários do instituto afirmam que presidência deve suspender as mudanças sobre o regime de trabalho e ouvir os trabalhadores
A Assibge (Associação dos Trabalhadores do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) disse neste domingo (22.set.2024) o IBGE vive uma crise e que a solução seria a abertura de diálogo com o presidente do instituto, Marcio Pochmann.
Em nota, os funcionários do IBGE afirmam que a presidência do instituto deve suspender as mudanças sobre o regime de trabalho e ouvir os trabalhadores sobre o tema. “A presidência deve suspender as medidas em curso, apresentar com clareza suas motivações e ouvir o que a casa tem a dizer a respeito”, diz o comunicado. Eis a íntegra (PDF – 1 MB).
A Assibge marcou um ato para 26 de setembro, às 10h, em frente à sede do IBGE no Rio de Janeiro. Segundo o sindicato, o protesto é “contra as medidas autoritárias” de Pochmann.
A principal reivindicação dos funcionários do IBGE é sobre o regime de trabalho. No fim de agosto, o instituto publicou uma portaria que define o fim do teletrabalho integral e o retorno ao trabalho presencial pelo menos 2 dias por semana a partir de 15 de outubro.
Marcio Pochmann
Indicado pelo governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o economista Marcio Pochmann foi nomeado como presidente do IBGE em 18 de agosto de 2023.
Sob sua gestão, o IBGE lançou um mapa-múndi em que o Brasil aparece no centro do mundo como parte do 9º Atlas Geográfico Escolar. A versão, no entanto, apresentava uma série de erros.
Uma sequência trocava os mapas dos períodos Jurássico (o qual diz ter sido há 135 milhões de anos) e Cretáceo (65 milhões de anos) –diferença de 70 milhões de anos. A sequência também trazia informações incorretas sobre a idade, duração dos períodos geológicos e separação dos continentes no planeta. À época, o IBGE reconheceu as falhas e publicou uma errata.
Pochmann já presidiu a Fundação Perseu Abramo, ligado ao PT, e o Instituto Lula. Também foi presidente do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada). Sua gestão foi criticada internamente por ter supostamente aparelhado o órgão e feito uma administração mais ideológica.
Com visão econômica mais heterodoxa, o chefe do IBGE já fez críticas ao Pix, às reformas trabalhista e previdenciária e defendeu a redução da jornada de trabalho.
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